Neurônio artificial desenvolvido na Austrália cria memória usando luz
Polos distintos
Modelo de estudo
Os cientistas acreditam que a compreensão desenvolvida a partir do chip pode levar ao tratamento de distúrbios neurais, como a doença de Alzheimer e outras demências. “A cura desses distúrbios exige identificar os neurônios defeituosos e restaurar a rotina de sinalização sem afetar o funcionamento de outros neurônios da rede. Assim, tendo um modelo computacional do cérebro, os neurocientistas seriam capazes de simular as funções e as anormalidades cerebrais e trabalhar em prol da cura, sem a necessidade de teste com sujeitos vivos”, explica Walia.
Professora de neurologia do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Talyta Grippe pondera que a tecnologia utiliza um mecanismo que se inspira no cérebro, mas não tem a complexidade do mesmo. “O chip seria uma aplicação da visão envolvida no processo de formação da memória, mas não chega a representar o mecanismo total que o cérebro usa para a memória”, explica.
Apesar de avaliar a tecnologia como promissora, a neurologista acredita que aplicabilidade do chip ainda é muito remota. “Entender como seria a conversa desse chip com os mecanismos cerebrais não é tão simples como foi descrito. A pesquisa é uma maneira interessante de começar a entender como o cérebro funciona para um mecanismo artificial e desenhar dispositivos artificiais que consigam conversar com o cérebro”, acrescenta Talyta Grippe.