O Acidente Vascular Cerebral acontece majoritariamente em idosos, mas o a frequência em jovens é cada vez maior.
Um estudo feito nos Estados Unidos e publicado pelo Journal of American Heart, revelou que entre 2000 e 2010, o número de casos de AVC em pessoas entre 25 e 44 anos aumentou 44%. Já outra pesquisa divulgada na revista acadêmica Plos One, mostrou que entre 2008 e 2012, os casos de derrame nos brasileiros entre 15 e 49 não cresceram significativamente. No entanto, significativa ou não, a frequência é maior e devemos nos preocupar, pois o AVC é uma doença que mata. E quem sobrevive à ela, não segue a sua vida da mesma forma.
Por que será que o índice de AVC aumentou em pessoas mais jovens?
Segundo neurologistas, grande parte dos motivos estão relacionados à rotinas estressantes, obesidade, má alimentação, sedentarismo e ao uso excessivo de drogas (lícitas e ilícitas). No entanto, esses hábitos também elevam as chances de derrame em idosos.
É importante lembrar que um AVC acontece quando vasos que levam sangue até o cérebro entopem ou se rompem. Isso provoca paralisia da atividade cerebral na área que ficou sem circulação sanguínea, o que causa déficits e complicações nas funções do corpo.
O aumento da pressão intracraniana, decorrente do edema (inchaço) que o cérebro apresenta na fase aguda do AVC, costuma trazer maior repercussão e maior risco de morte em jovens. Isso acontece porque essas pessoas têm menor complacência (elasticidade) ao aumento da pressão intracraniana. Com o passar da idade, há redução no volume do cérebro, fazendo com que exista maior espaço dentro do crânio, permitindo assim maior tolerância ao inchaço em idosos.
Além disso, o cérebro tende a criar novos vasos sanguíneos, para evitar complicações na circulação do sangue trazidas por doenças como diabetes e hipertensão. Em suma, os idosos tem uma proteção natural ao tecido cerebral, pois quando um vaso se rompe ou entope no AVC, há outros “caminhos” que permitem que o sangue continue sendo distribuído.
Porém, não dá para afirmar que um derrame é mais perigoso em jovens, porque a gravidade das sequelas depende do tipo sanguíneo do indivíduo. O problema é que jovens costumam ter vidas mais ativas, que podem ser prejudicadas pelo mínimo de sequelas.
E a vida de quem teve um derrame, como continua?
Cerca de 70% dos sobreviventes tem algum prejuízo funcional casado pela doença, e 30% fica incapaz de se locomover com independência.
Um AVC pode trazer problemas como:
→Comprometimento da movimentação do corpo (déficit motor);
→Comprometimento da sensibilidade física (dormência);
→Dificuldade na fala e na compreensão (afasia);
→Déficit de memória;
→Agnosia visual (incapacidade da pessoa de reconhecer objetos e pessoas pela visão, apesar de ela não ter sido comprometida);
→Alteração da coordenação e do equilíbrio;
→Lesões no tronco cerebral (atinge centros responsáveis por atividades vitais, como a respiração); Outras alterações neuropsicológicas (alterações comportamentais, depressão e transtorno de estresse pós-traumático).
Por outro lado, o cérebro de uma pessoa mais nova reaprende funções perdidas com maior facilidade, pois ele é mais capaz de recrutar áreas para trabalhar em atividades nas quais elas não trabalhavam antes.
A reabilitação, em princípio, são as mesmas para jovens e idosos:
→Fisioterapia;
→Fonoaudiologia;
→Suplementos/medicamentos;
→Aparelhos de reabilitação neurológica com auxílio tecnológico e realidade virtual; Neuromodulação;
→Fisiatria.
Prevenção do AVC
A principal forma de prevenir o AVC é combatendo os fatores de risco modificáveis. Portanto, o recomendado é praticar atividades físicas regularmente, manter uma boa alimentação, reduzir o estresse, controlar o peso corporal, não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool.
Fonte: Viva Bem – Uol