Malformação arteriovenosa

Artérias e veias são as principais responsáveis por realizar a circulação do sangue do corpo. A artéria recebe o sangue assim que ele é pulsado pelo coração e o leva para os órgãos, e a veia recolhe o sangue dos órgãos e o leva de volta ao coração. O contato entre artéria e veia funciona tranquilamente em virtude dos capilares, responsáveis por reduzir a pressão arterial.

Na malformação arteriovenosa, as artérias e as veias se conectam diretamente, sem o intermédio dos capilares. Esta ligação é chamada fístula, similar a um enovelado de lã. Ela é formada durante o desenvolvimento embrionário do feto, na fase final da formação do cérebro. Neste momento, ele passa a exigir mais sangue, oxigênio e irrigação, aumentando os riscos de problemas em sua circulação. Importante saber: A MAV acontece durante a gestação, mas não é uma doença genética.

A ausência dos capilares no enovelado é extremamente perigosa para as veias, que não possuem a resistência necessária para sustentar a pressão arterial. Conforme o bebê vai crescendo, as chances das veias se romperem aumenta, por isso a doença é mais comum em jovens adultos.

A doença pode se manifestar através de hemorragia, crises convulsivas, perda dos movimentos, e problemas de fala e compreensão.

Em pessoas destras, o hemisfério esquerdo é o maior responsável pela fala. Já em pessoas canhotas, o responsável pela linguagem é o direito. Em relação aos movimentos, não discernimento entre canhotos e destros: em todas as pessoas, o hemisfério direito contra os movimentos do lado esquerdo do corpo, e o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo.

No caso da foto, o paciente estava com uma hemorragia episódica do lado esquerdo do cérebro. O curioso é que, por ser canhoto, ele não teve a fala afetada. No entanto, houve a perda (temporária) dos movimentos do lado direito do corpo, que é controlado pelo hemisfério esquerdo

Diagnóstico e tratamento

Descobrimos o diagnóstico por meio da angiografia, um exame que que visa detalhar as características da circulação das diversas partes

Em seguida, iniciamos o tratamento por meio da embolização, responsável por reduzir o tamanho do enovelado e facilitar a cirurgia posterior.

E por fim, realizamos uma cirurgia clássica por meio da técnica microcirúrgica.

Obs.: A radioterapia também pode atuar conjuntamente com os procedimentos citados acima na redução da lesão através de raios-x.

No entanto, o assunto “tratamento” é muito específico de cada caso quando se trata de MAV. Depende da localização, das artérias e veias afetadas e do tamanho. Se a cirurgia tiver riscos de prejudicar qualidade de vida do paciente, a melhor opção é a observação.

Felizmente, o paciente já está se recuperando.