Neurônios artificiais imitam totalmente células do cérebro humano

A tecnologia ao serviço da saúde e desenvolvimento médico, num nível de pesquisa avançada, deu um salto grandioso, uma criação que poderá significar avanços no campo da medicina numa ordem de grandeza essencial à qualidade da vida humana.

Cientistas criaram o primeiro neurônio artificial do mundo que tem a capacidade de imitar totalmente as funcionalidades orgânicas de uma célula do cérebro, incluindo a capacidade de traduzir sinais químicos em impulsos elétricos e comunicar com outras células humanas.

Estes neurônios artificiais são do tamanho de uma impressão digital e não contêm partes “vivas”, contudo, a equipe está a trabalhar para conseguir diminuir muito mais estes neurônios e poder implantar no ser humano. Esta criação permitirá efetivamente substituir células nervosas danificadas e desenvolver novos tratamentos para distúrbios neurológicos, como lesões na medula espinhal e doença de Parkinson.

Até agora, os cientistas só foram capazes de estimular as células cerebrais usando impulsos elétricos, que é como eles transmitem informações dentro das células. Mas nos nossos corpos estas são estimuladas por sinais químicos, e é assim que elas comunicam com outros neurônios.

Ao ligar biossensores baseados em enzimas a bombas eletrônicas de íons orgânicos, Richter-Dahlfors e a sua equipe já conseguiram criar um neurônio artificial que pode imitar esta função. Mostraram ainda que este já comunica quimicamente com células cerebrais orgânicas, mesmo a grandes distâncias.

“O componente de detecção do neurônio artificial detecta uma mudança de sinais químicos num prato, e traduz isso num sinal elétrico”, referiu Richter-Dahlfors. “Este sinal elétrico é depois traduzido para libertar acetilcolina neurotransmissora num segundo prato, cujo efeito em células humanas vivas pode ser monitorizado.”

Quer isto dizer que o neurônio artificial pode teoricamente ser integrado num sistema biológico complexo, como por exemplo no nosso corpo, e permitir aos cientistas substituir ou criar um bypass em células nervosas danificadas.

Vamos imaginar a capacidade desta criação para restabelecer as funções de pacientes paraplégicos ou com danos neurológicos.

O desafio seguinte é diminuir consideravelmente o dispositivo para permitir o implante no corpo humano. Esse dispositivo poderá transmitir informações utilizando recursos sem-fios que serviriam em alguns casos como um gatilho para libertar neurotransmissores em diferentes partes do corpo. Assim, se pudessem ser controlados remotamente, as oportunidades de tratamento de distúrbios seriam enormes… o futuro será certamente muito mais interessante a este nível, e cresce a ansiedade à medida que o projeto de desenvolve, como referiram os intervenientes no mesmo.

Os resultados dos ensaios em laboratório foram publicados na revista Biosensors and Bioelectronics.

Fonte: pplware