A maior parte dos microscópios funciona com base em um princípio muito simples: eles usam truques de luz para ampliar coisas pequenas. Um grupo de cientistas do MIT, no entanto, está tentando algo radicalmente diferente. Eles estão desenvolvendo uma técnica que aumenta fisicamente os minúsculos neurônios usando uma substância química normalmente encontrados em fraldas.
Isso é muito importante, considerando os limites até mesmo do mais poderoso microscópio de luz convencional. Um microscópio convencional só consegue distinguir objetos com no mínimo 200 nanômetros de tamanho, devido ao comprimento de onda da luz visível. Isto é frustrante para os neurocientistas. O tamanho das sinapses –cruzamentos onde um neurônio encontra o outro– fica abaixo deste limite. Existem técnicas que usam proteínas fluorescentes ou feixes de elétrons para ver partículas ainda menores, mas eles exigem manipulação delicada ou invasiva de tecidos, além de outras limitações.
É aí que entra a microscopia de expansão, em que você literalmente deixa as células do cérebro incharem com a água. Como a Nature informa, a técnica desenvolvida por Ed Boyden e seus colaboradores no MIT envolve infundir tecido cerebral com acrilato, a mesma substância química que absorve líquido nas fraldas. A matriz de cérebro-acrilato, então, cresce até 4,5 vezes em relação ao seu tamanho original, preservando, ao mesmo tempo, a posição relativa entre as proteínas.
Para os neurocientistas que estudam sinapses difíceis de se enxergar, esta técnica pode vir a ser um avanço considerável. Ser capaz de espiar as estruturas físicas e as proteínas de uma sinapse poderia ajudar a desvendar como os neurônios se comunicam uns com os outros. A Nature diz ainda que a técnica tem sido testada em cérebros de ratos, moscas e peixes-zebra, enquanto um outro grupo está aplicando a novidade no tecido cerebral humano.
Este é um pensamento bastante engenhoso que supre diretamente as limitações inerentes da luz visível — em vez de fazer algo parecer maior, a técnica realmente torna o objeto maior.
Fonte: Gizmodo