Traumatismo Craniano

Um traumatismo craniano é uma lesão cerebral que pode ser ocasionada por uma pancada sob o crânio ou pela rotação da cabeça (queda ou movimento brusco). A força da rotação vai atingir

o conteúdo intracraniano e posteriormente o encéfalo, que abrange desde o córtex pré-frontal até o tronco cerebral, onde se encontram as estruturas vitais.

Avaliação Clínica

A lesão que provoca o traumatismo craniano é chamada de lesão primária. Logo após o ocorrido, é imprescindível realizar uma avaliação clínica a fim de evitar lesões secundárias, chamada de ABCDE do trauma.

As letras A e B correspondem às vias aéreas, respiração e ventilação. Nesta etapa, o objetivo é

assegurar que o paciente não possua hipoxemia, baixa saturação de oxigênio e hipercapnia.

A letra C corresponde à circulação. Nesta etapa, a pressão arterial deve estar normalizada para que o paciente receba nutrição adequada no tecido lesionado.

Na letra D é avaliado se o paciente apresenta algum déficit neurológico, como a perda de força muscular de um lado só.

E por fim, na letra E, é estabelecido o nível de consciência do paciente por meio da Escala de Coma de Glasgow. Esta escala avalia a abertura ocular e as respostas verbais e motoras em uma escala de 3 a 15, na qual 3 é o estado mais grave.

Diagnóstico

Dependendo dos resultados da avaliação clínica, o paciente deverá realizar um exame de imagem chamado de tomografia computadorizada.

Tipos de lesões e cirurgias

As lesões focais caracterizam-se por coágulos e hematomas intracranianos que, quando expansivos, podem destruir o tecido local e comprimir ou descolocar as estruturas cerebrais locais. Em casos de compressão do tronco cerebral, é necessário realizar uma drenagem cirúrgica.

Nas lesões difusas, onde não há necessariamente uma lesão focal, o paciente pode apresentar hipertensão intracraniana. Neste caso, o procedimento cirúrgico consiste em uma drenagem ventricular ou a colocação de um catéter na região da lesão para monitorar e aliviar a pressão.

Reabilitação

A reabilitação está vinculada com a Neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de desenvolver novas conexões sinápticas entre os neurônios a partir da experiência e do comportamento do indivíduo. No caso de traumatismos cranianos, as funções perdidas pelas células que foram lesionadas, são reaprendidas outras células do cérebro. Porém, a recuperação deve ser assistida por profissionais para que seja completa e eficaz.

Entre os tipos de reabilitação, temos a motora, física, cognitiva, de memória de linguagem, inclusive social e familiar.

A eficácia da reabilitação vai depender da gravidade da lesão. O paciente pode se recuperar completamente ou apresentar sequelas, como coma, perda da visão, convulsões, epilepsia, deficiência mental, perda da memória, alterações no comportamento, perda da capacidade de locomoção e/ou movimento de algum membro.